Diariamente, milhões de pessoas percorrem os diversos espaços urbanos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de acordo com o último levantamento sobre a densidade demográfica do país realizado em 2010, São Paulo é a maior cidade em extensão e em número de habitantes. Além disso, também é a cidade com a maior frota de veículos, com cerca de nove milhões de carros, motos, caminhões, ônibus e outros veículos pesados em circulação, de acordo com estatísticas do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN).

Devido ao grande fluxo de pessoas e veículos, diversos problemas podem ser identificados nas vias urbanas, rodovias estaduais e federais. Esse fluxo é responsável por acidentes em grandes proporções, causados por falhas humanas, sinalização inadequada ou inexistente e danos estruturais que comprometem a segurança nas vias.

Por esse motivo, a manutenção viária é um tema de interesse público, pois as vias precisam comportar todas essas pessoas e veículos com índices de qualidade satisfatórios. Vejamos, a seguir, a importância de investir na pavimentação e manutenção das vias públicas.

Por que pavimentar as ruas?

A história da pavimentação no Brasil começou na década de 1950, com a chegada da indústria automobilística. Para impulsionar o processo de industrialização, os governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek tiveram que garantir infraestrutura viária para acomodar o fluxo de veículos.

Desde então, temos observado o aumento do uso desse tipo de pavimentação devido aos diversos benefícios que ela proporciona. A camada densa de pavimento tem as seguintes funções:

  • Resistir e distribuir os impactos na superfície para o subleito.
  • Melhorar as condições de rolamento, proporcionando conforto e segurança.
  • Resistir aos esforços horizontais, ou seja, as forças exercidas pelo deslocamento nas vias, tornando a superfície de rolamento mais durável.
  • As espessuras das camadas de pavimentação variam de acordo com características como tipo do terreno, intensidade do tráfego e qualidade dos materiais utilizados nas diferentes camadas do pavimento.

Atualmente, essa estrutura proporciona uma série de benefícios à sociedade, permitindo a conexão com outras regiões da cidade, facilitando o acesso da população a serviços, opções de lazer e estabelecendo a melhor rota para o deslocamento.

Mas e quando as vias já estão deterioradas? Como proceder?

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Como funcionam as obras de manutenção?

Ao falar de obras de manutenção, é essencial mencionar as ordens de serviço, que desempenham um papel fundamental como mecanismos de controle de execução e qualidade. Esses documentos fornecem aos funcionários as demandas diárias, além dos equipamentos e materiais necessários para executar o serviço dentro do prazo estipulado e com a maior satisfação possível.

Existem dois tipos de procedimentos para a manutenção das vias: preventivos e corretivos.

Procedimentos preventivos
Nesse caso, o objetivo é prevenir ou amenizar os efeitos dos agentes climáticos e mecânicos. Isso inclui a interferência direta dos raios solares, chuvas, variações de temperatura e desgaste causado pelo uso contínuo e intenso das vias.

Cada ação de manutenção preventiva depende dos diagnósticos realizados pelos profissionais responsáveis. Nessa categoria, são utilizados parâmetros de qualidade para o correto manejo dos equipamentos e materiais de trabalho. Alguns dos métodos comuns são:

Identificação, remoção de resíduos e selagem de trincas utilizando compostos de alta aderência.
Aplicação de massa asfáltica para reduzir a entrada de água e a oxidação do ligante asfáltico das camadas estruturais, prolongando a vida útil do pavimento.
Aplicação de microrrevestimento asfáltico, a camada final do pavimento, que reduz o desgaste por abrasão e melhora a aderência dos pneus na via.
É importante destacar que todas as obras concluídas podem servir como base técnica para a execução de novos projetos. Através dos relatórios de obras, é possível conhecer a realidade e as características de cada cidade, permitindo um melhor planejamento das soluções de mobilidade aplicáveis a cada situação.

Procedimentos corretivos
De acordo com especialistas em engenharia, o ideal é realizar intervenções corretivas de forma esporádica, focando sempre em ações de prevenção. Isso evita que as vias apresentem muitas deformidades causadas por remendos, saindo dos padrões adequados para o tráfego.

No entanto, a deterioração é inevitável, especialmente em trechos com tráfego intenso. As propriedades físicas da camada de asfalto mudam com o tempo. Geralmente, quando a pasta de asfalto envelhece, sua viscosidade aumenta e ela se torna mais rígida e quebradiça.

Em algum momento, ações mais intensas serão necessárias para resolver os problemas identificados. Portanto, antes de executar qualquer medida corretiva, é necessário elaborar um projeto com todas as especificações da obra, equipamentos necessários e dimensionamento do pavimento.

Esse processo evita o desperdício de materiais e reduz os esforços das equipes de trabalho, otimizando o tempo nas operações de manutenção. Em casos emergenciais em que não há um projeto definido, é comum que as prestadoras de serviço utilizem uma espécie de receita genérica para solucionar os problemas.

As práticas relacionadas aos procedimentos corretivos incluem:

  • Remendo superficial do pavimento, dependendo da profundidade do defeito existente.
  • Remendo profundo do pavimento quando os danos atingem camadas subjacentes. Nesse caso, é necessário escavar e recompor as camadas estruturais.
  • Aplicação de microrrevestimento asfáltico para isolar a área e proporcionar conforto na rodagem, bem como a reaplicação da sinalização viária.
  • Modernização das vias urbanas
  • Uma cidade moderna e bem estruturada não se preocupa apenas com a manutenção de suas ruas e avenidas. Existem outros fatores que proporcionam conforto, harmonia e segurança no deslocamento da população e também exigem cuidados especiais. Um exemplo são as áreas paralelas às vias destinadas exclusivamente aos pedestres: as calçadas.

Um estudo realizado em setembro de 2019 pela Campanha Calçadas do Brasil, promovido pela Mobilize Brasil, avaliou a condição das calçadas, sinalização para pedestres, conforto e segurança nas proximidades de prédios públicos nas capitais do Brasil.

O levantamento mostrou que as capitais apresentam calçadas estreitas, buracos, degraus, postes, faixas de travessia apagadas, semáforos ausentes ou deficientes, ambientes poluídos e falta de locais para descanso e abrigo em dias quentes ou chuvosos. Tudo isso afeta diretamente a simples ação de caminhar pelas vias públicas de maneira ergonômica, sustentável e segura.

É importante ressaltar que esse estudo analisou apenas as calçadas no entorno de prédios públicos nas capitais do Brasil. Portanto, podemos imaginar que essa situação se repita em todo o território brasileiro.

Além das calçadas, os serviços de limpeza, coleta de resíduos e manejo de vias arborizadas também fazem parte das estratégias de manutenção viária. Todas essas ações atuam como prevenção de possíveis acidentes, levando em consideração todos os aspectos que representam riscos para o deslocamento da população.

Dessa forma, a manutenção eficiente garante a segurança e assegura o direito de ir e vir de todos que utilizam essa infraestrutura.